Não sei quem está a ler esta carta escrita em desespero em meu leito de morte, mas alguém deve saber disso. Eu simplesmente não posso morrer com isso, não devo... Algo que nunca compreendi e que o tomará assim que começar a ler o próximo parágrafo me força a prosseguir. Isso é o que faz com que eu consiga erguer o braço e escrever este texto.
Perdoe-me a letra. Eu, com certeza, sou um homem de muitos talentos, mas a escrita nunca foi um deles, infelizmente. Divagações à parte, começarei a lenda a partir do próximo parágrafo. Consegui adiar o seu sofrimento por mais algum tempo; tem certeza que deseja prosseguir? Prossiga, então.
Há muito tempo atrás, quando o tempo não era tempo e a magia era livre para correr por onde queria, um Desperto desafiou os Deuses que, naquela época, eram inúmeros e regiam as leis do mundo conhecido e desconhecido. Este Desperto tinha um poder que se equiparava ao dos Deuses, algo jamais imaginado por qualquer mortal ou imortal. Como ele chegou a isso? Não faço idéia, a lenda não diz como. Talvez fosse a Ascensão, ou até algo mais.
O fato é que esse Desperto desafiou os Deuses com a seguinte proposta: “Eu controlarei o mundo conhecido e desconhecido, eu marcarei os mundos com o meu sangue e, com isso, controlarei tudo, até mesmo vocês.”
Os Deuses riram da divagação do mortal. Claro que ele era poderoso o suficiente para subjugar quase toda a raça humana, mas nunca conseguiria controlar os Deuses. Os poderes das Entidades eram ilimitados e inimagináveis. Depois de muito rirem e se divertirem às custas do mortal, um dos Deuses resolveu perguntar: “Mortal tolo! Como pretende controlar a todos os mundos? Para controlá-los terá que nos derrotar. Nós controlamos tudo e todos, nós somos tudo aquilo que você conhece e não conhece. O nosso poder está acima de sua reles imaginação, volte aos outros de sua laia e fique feliz por não o castigarmos por sua blasfêmia.”- Dizendo isso, os Deuses sumiram e deixaram o Desperto sozinho com suas idéias.
Seu plano já estava traçado. Ele era o primeiro a chegar a tal poder e descobrir uma forma de controlar a tudo e a todos, fosse pelo medo, fosse pelo respeito.
Ele começou uma jornada pelos confins do mundo. Chegou a lugares que nunca imaginou, traçou mapas que ninguém conheceu durante milhares de anos. Esteve nos quatro cantos do mundo, assim como mapeou boa parte dos mundos não conhecidos. Seu poder, que já era grande sem conhecimento, passou a ser imenso a partir do momento que descobrira todo o seu potencial. Os Deuses o observavam com desdém, apenas rindo de seus esforços e deleitando-se com todos os perigos que iam pondo em seu caminho, para tornar a jornada mais interessante e saborosa para eles.
O Desperto driblou a Morte mais de uma vez. Ele tinha descoberto o segredo da imortalidade. Assim que a Morte informou os outros Deuses, o Desperto já tinha conseguido achar um jeito de não ser afetado pelos poderes dos Deuses. Nenhum Deus, de forma alguma, conseguia afetar ou até mesmo saber onde o Desperto estava, muito menos saber de seus pensamentos. Com isso, o Desperto iniciou o forjamento de Nove Esmeraldas que ele chamou de Esmeraldas do Caos. Aquelas que trariam o Caos aos mundos, aquelas que, quando unidas, trariam um poder inimaginável a qualquer ser que as encontrassem.
Depois que terminou a forja das Esmeraldas do Caos, o Desperto ficou muito debilitado e seu poder havia diminuído, fazendo com que os Deuses conseguissem localizá-lo e, em uma só investida, resolveram destruir o Desperto. Em uma batalha feroz que durou a eternidade, os Deuses, finalmente, conseguiram subjugar o Desperto, tirando seus quatro membros para que este não conseguisse fazer mais nada.
Riram e entraram em um debate para ver quem daria o golpe final. Quem teria o prazer de tirar a vida do Desperto tão odiado pelos Deuses, aquele que conseguiu enganar a todos eles, aquele que os desafiou e quase conseguiu uma vitória. A Morte, por ter sido a primeira a ser enganada, queria desferir o golpe final, queria ceifar a vida daquele ser nojento. A permissão foi concedida à Morte.
Perdoe-me a letra. Eu, com certeza, sou um homem de muitos talentos, mas a escrita nunca foi um deles, infelizmente. Divagações à parte, começarei a lenda a partir do próximo parágrafo. Consegui adiar o seu sofrimento por mais algum tempo; tem certeza que deseja prosseguir? Prossiga, então.
Há muito tempo atrás, quando o tempo não era tempo e a magia era livre para correr por onde queria, um Desperto desafiou os Deuses que, naquela época, eram inúmeros e regiam as leis do mundo conhecido e desconhecido. Este Desperto tinha um poder que se equiparava ao dos Deuses, algo jamais imaginado por qualquer mortal ou imortal. Como ele chegou a isso? Não faço idéia, a lenda não diz como. Talvez fosse a Ascensão, ou até algo mais.
O fato é que esse Desperto desafiou os Deuses com a seguinte proposta: “Eu controlarei o mundo conhecido e desconhecido, eu marcarei os mundos com o meu sangue e, com isso, controlarei tudo, até mesmo vocês.”
Os Deuses riram da divagação do mortal. Claro que ele era poderoso o suficiente para subjugar quase toda a raça humana, mas nunca conseguiria controlar os Deuses. Os poderes das Entidades eram ilimitados e inimagináveis. Depois de muito rirem e se divertirem às custas do mortal, um dos Deuses resolveu perguntar: “Mortal tolo! Como pretende controlar a todos os mundos? Para controlá-los terá que nos derrotar. Nós controlamos tudo e todos, nós somos tudo aquilo que você conhece e não conhece. O nosso poder está acima de sua reles imaginação, volte aos outros de sua laia e fique feliz por não o castigarmos por sua blasfêmia.”- Dizendo isso, os Deuses sumiram e deixaram o Desperto sozinho com suas idéias.
Seu plano já estava traçado. Ele era o primeiro a chegar a tal poder e descobrir uma forma de controlar a tudo e a todos, fosse pelo medo, fosse pelo respeito.
Ele começou uma jornada pelos confins do mundo. Chegou a lugares que nunca imaginou, traçou mapas que ninguém conheceu durante milhares de anos. Esteve nos quatro cantos do mundo, assim como mapeou boa parte dos mundos não conhecidos. Seu poder, que já era grande sem conhecimento, passou a ser imenso a partir do momento que descobrira todo o seu potencial. Os Deuses o observavam com desdém, apenas rindo de seus esforços e deleitando-se com todos os perigos que iam pondo em seu caminho, para tornar a jornada mais interessante e saborosa para eles.
O Desperto driblou a Morte mais de uma vez. Ele tinha descoberto o segredo da imortalidade. Assim que a Morte informou os outros Deuses, o Desperto já tinha conseguido achar um jeito de não ser afetado pelos poderes dos Deuses. Nenhum Deus, de forma alguma, conseguia afetar ou até mesmo saber onde o Desperto estava, muito menos saber de seus pensamentos. Com isso, o Desperto iniciou o forjamento de Nove Esmeraldas que ele chamou de Esmeraldas do Caos. Aquelas que trariam o Caos aos mundos, aquelas que, quando unidas, trariam um poder inimaginável a qualquer ser que as encontrassem.
Depois que terminou a forja das Esmeraldas do Caos, o Desperto ficou muito debilitado e seu poder havia diminuído, fazendo com que os Deuses conseguissem localizá-lo e, em uma só investida, resolveram destruir o Desperto. Em uma batalha feroz que durou a eternidade, os Deuses, finalmente, conseguiram subjugar o Desperto, tirando seus quatro membros para que este não conseguisse fazer mais nada.
Riram e entraram em um debate para ver quem daria o golpe final. Quem teria o prazer de tirar a vida do Desperto tão odiado pelos Deuses, aquele que conseguiu enganar a todos eles, aquele que os desafiou e quase conseguiu uma vitória. A Morte, por ter sido a primeira a ser enganada, queria desferir o golpe final, queria ceifar a vida daquele ser nojento. A permissão foi concedida à Morte.
Ela, devagar e deliciando-se com cada momento, pegou o Desperto pelo pescoço e ergueu, lambeu o seu rosto, sentindo o gosto salgado e amargo de seu suor. O poder que emanava daquele mortal era imenso, aquilo precisava acabar ali. Na outra mão surgiram garras que imediatamente penetraram o colo do Desperto, fazendo-o cuspir sangue na cara da Morte. Com nojo, a Morte soltou o Desperto que se espatifou no chão. Enquanto o Desperto agonizava esvaindo-se em sangue, a Morte virou-se e, sem qualquer motivo, pegou uma das Esmeraldas. Ela era verde, como qualquer outra Esmeralda, mas emanava um poder imenso, algo que a Morte nunca tinha visto. Os oito irmãos pegaram as restantes nas mãos pelo mesmo motivo da Morte e o Desperto riu.
Imediatamente a Morte soltou a Esmeralda e, antes que pudesse avisar seus irmãos, todas as Esmeraldas começaram a brilhar, e então, cada uma absorveu cada um dos Deuses que as estavam segurando.
A Morte, enfurecida, resolveu retardar o fim daquele mortal a fim de saber o que ele tinha feito com seus irmãos. O Desperto apenas sorria, encarando-a. A Morte, desesperada, resolveu dar a ordem para que um dos Deuses restantes, que conhecesse bem os mundo, levasse as Esmeraldas e as destruísse. Um deles, o mais sábio em termos de lugares, pegou as nove Esmeraldas do Caos e as levou para longe. A Morte, virando-se para o Desperto, falou: “Você nunca os terá. Você nunca experimentará uma única gota do poder deles. Você nunca terá a sua jornada concluída.”
O Desperto deu uma gargalhada, cuspiu outro tanto de sangue no rosto da Morte e então falou: “Minha jornada já acabou. Seu irmão levará para longe as Esmeraldas, mas, caso não tenha reparado, elas são indestrutíveis. Com isso, seu irmão chegará a conclusão que não deverá deixá-las juntas, as guardará pelos mundos em lugares diferente e a única Esmeralda que não absorveu ninguém o absorverá. Elas também irão dar o esclarecimento para a humanidade de que não dependem de Deuses ou de outros seres; eles saberão que as suas vontades podem moldar os seus mundos, assim como eu moldei os meus. Minha jornada acabou, Morte, ela acaba com o meu Fim.”
A Morte, estupefata e raivosa por ter sido enganada mais uma vez, disse: “Pois bem, você não irá morrer. Sua jornada não terá final e você viverá eternamente neste estado, vendo a sua tão amada humanidade ainda necessitar dos Deuses que ela mesma criará; aqueles a que ela dará poder de acordo com suas vontades e necessidades. Os homens ainda moldarão a realidade com suas vontades, mas sem saber que podem fazer isso.”
O Desperto retrucou: “E você está fadada a ficar comigo pela eternidade. Você está banhada em meu sangue, está dependente de mim, assim como eu dependo de você. E sempre levará um pouco de minha vontade pelo mundo, espalhando pequenos fragmentos de minha essência, fazendo com que outros mortais sigam o mesmo caminho que eu e terminem a minha jornada por mim. Você escolhe: ou dá a imortalidade para os mortais ou então deixará alguns se tornarem Deuses com o tempo."
A Morte, impressionada com a astúcia do Desperto e irritada por ter sido enganada pela terceira vez, fala: “Junto comigo também levarei um pedaço de Ambição e outro de Orgulho, fazendo com que os caminhos para a sua tão querida humanidade sejam mais árduos. Que assim seja, mortal. Que os jogos comecem.”
Dizendo essas palavras, a Morte e o Desperto desapareceram, assim como as Esmeraldas do Caos. Sabe-se, porém, que algumas Esmeraldas foram encontradas algumas vezes e usadas durante um tempo. O poder que elas contêm ninguém sabe, mas foi a isso que eu dediquei a minha vida.
Nos calabouços de meu castelo, em Durham, localiza-se uma das Esmeraldas. Infelizmente, eu nunca consegui utilizar seu poder. Parece que está selada ou algo assim, mas eu consigo sentir o poder dela. Estou enviando esta carta ao redor do mundo para que algum outro Desperto, como eu, encontre e termine a Jornada Eterna.
Meu tempo já acabou; ela acaba de entrar pela porta.
Neville, O Guardião bani Coro Celestial
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