André chama Gean para conversar em algum lugar mais afastado:
“Gean, eu tenho algo para dizer, não por ser algo especifico com você mas eu não consigo mais, eu preciso contar isso para alguém, i você foi o único dentro dessa merda de cabala que já me ouviu, eu nunca quis realmente entrar nisso, eu nunca quis alcançar a ascensão como prioridade, eu quero é curtir a minha vida, que é curta mas que é bela; pelo menos eu insisto em vê-la assim.
Sabe, eu não gosto muito da D&D* mas eu respeito ela, sabe por que, porque eu quase acabei igual ela, mas eu não sobreviveria com aquelas frescuras onde eu vivia, eu tive que lutar a minha vida toda mas não lutei, eu fugi, eu fugi de tudo, sempre.
Eu não tinha com quem ficar quando criança, meu pai era traficante, mal visto e odiado, logo eu também era, mas eu não era como ele, eu vivia com a minha mãe, ela era maravilhosa, cuidava de mim... mas não tinha como ficar comigo, ela trabalhava, i eu ficava só, como sempre só, ninguém queria sair ou brincar com o filho do traficante, eu cresci até os meus 12 anos assim, até que algo aconteceu, minha mãe resolveu mudar de vida, quis se separar do meu pai e denunciá-lo, mas ele logicamente não aceitou.
Era um sábado quente de março, véspera do meu aniversário, e meu pai foi ‘tirar essa história a limpo’, e na minha frente, como se não fosse nada ou como se eu não tivesse ali, minha mãe foi morta com 14 tiros no peito, disparado pelo meu próprio pai que morreu logo depois com um tiroteio com a polícia, que minha mãe já tinha avisado.
Em um dia, eu perdi todos que eu tinha.
Ainda nesse mês, os caras do juizado resolveram que eu iria viver com a minha avó, no mesmo bairro, na mesma creche, mas dois meses depois minha vida mudou.
No dia 20 de maio de 1994 eu acordo com a sensação que minha vida iria mudar; e mudou
Tudo dava errado, apanhei na escola, depois jogando bola e depois na creche, queria que todos morressem! Mas de repente, todos realmente morreram, e eu quase morri também, eu fui o único que percebeu o cheiro de gás de cozinha pelo refeitório, ‘André começa a chorar e a contar desesperado, como se tudo estivesse acontecendo ao vivo’ tentei avisar, mas ninguém me deu ouvidos, eu era mal visto, todos achavam que era só uma brincadeira, eu estava desesperado, não sabia mais o que fazer e sai correndo, no quintal, alguns segundos depois de eu sair eu escuto, sei que não daria para escutar, o refeitório estava um escândalo e eu estava longe mas eu ouvi, o automático da geladeira velha, já tava velha e com defeito, e uma faísca, uma única e maldita faísca, causou a morte de todas as crianças que estavam na creche, só eu sobrevivo, tento ajudar, tento tirar os destroços, mas só o que eu escuto é: _SÁI DAQUI SEU MARGINAL! TUDO ISSO É CULPA SUA! ISSO É COISA SUA!_ e eu, sem o que fazer corri, corri muito! Até onde ninguém poderia me achar! ‘o choro diminui, mas não cessar’.
Mas o que é pior, eu tive o meu primeiro contato com a magia aquele dia, e aquela coisa que era para ter terminado em algumas horas, eu passei, vivi, sofri e presenciei durante dois longos anos, eu não envelhecia, só via tudo acontecer de novo, e de novo, cada vez eu tentava impedir de algum jeito! ‘o choro de ande para’ Mas foi nesse dia que eu aprendi, o tempo não muda, por mais que você mecha nele, o tempo é implacável, você pode fazer diferente, adiar, lutar, mas as coisas sempre acontecem independente do que você faça para impedir, as coisas acontecem, eu tentei durante dois anos impedir a mesma tragédia, mas não consegui, mesmo das vezes que eu tentei morrer no incidente, eu sobrevivi, nem a própria tentativa de suicídio mudou alguma coisa.
Foi quando eu vi que o tempo, é o único fator que nós não podemos mudar ou moldar de fato, eu posso tentar, eu posso fazer truques, mas eu não mecho de fato no tempo, o tempo nos molda e não vice e versa, você é o que é pelo que você fez, o que você faz ou vai fazer não muda o que vai acontecer, só a maneira como vai acontecer, e eu tenho medo, medo de perder tudo que eu lutei, apesar de tudo, eu quero ser alguém normal, tem uma vida, uma casa, uma família, uma filha; eu só quero poder ser normal, para nunca ser para o que o meu pai foi para mim, e quanto mais rápido tudo isso acabar melhor, quando eu tiver todo o poder que eu puder ter, eu vou usar tudo isso para não precisar desse poder, só quero usa-lo para ser feliz, não sei porque me tornei um mago, nunca fui bom com isso, nem gosto da magia, mas em fim deus sabe o que faz** e me fez o que eu sou, então vou ser o que eu sou o melhor que posso ser, eu não quero perder mais ninguém, eu não quero perder vocês. Nem que isso custe a minha vida, vocês são o mais próximo que eu tive de uma família, e isso é o mais próximo que eu tive de atenção, se você ouviu de fato o que eu disse ou não, já não faz diferença, você ficou aqui em quanto eu falava, isso é mais que o suficiente” André da um soco amigo no ombro de Gean e retornara ao grupo se não houver reações da parte de Gean.
*trocadilho infame ¬¬
**sim, o meu personagem acredita em deus, mas só de vez em quando, quando ele precisa ^^
6 comentários:
Papai!! ^__^ Uhu hu hu hu!!!
Rolem a barra de rolagem até o final do blog, por favor. Autalizações. U_U
huashuashuashaus
14 tiros...
tu começou a utilizar teu pai como peneira depois disso? O_O
comentário do pepe owned!!! ehuieuhauihauihauehauehaehehau
que arma era pra dar 14 tiros
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